Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

Fox-Time

Fox-Time

Bocadinhos de Bocados

27.04.20

CNogRdcU8AAYA48.jpg

Pega no cálice e leva-o até aos lábios, permanecendo assim, numa doce provocação que pretende fazê-lo dar um passo em frente.
Quer mergulhar no mar escuro daqueles olhos, mas quer que seja ele a atravessar a sala e a ir até ela.
Provoca-o de novo, passando a ponta da língua no rebordo do copo e observa o olhar dele preso à sua boca insinuante.
Mas ele deixa-se ficar, impavidamente, observando-a nos seus gestos de mulher consumida pela promessa de uma noite juntos.
Os cerca de vinte metros que os separam não revelam a linha ténue que os une.

Olha para o relógio.
Dá a entender que está na hora.

Procura os olhos dela.
Levanta-se.
Caminha na direcção dela.
"Vamos até à varanda?"

"Pode ser...realmente está muito calor aqui..." - reponde-lhe prontamente, quase sem pensar, a
sorri simplesmente,
sentindo-se vitoriosa por o ter à sua mercê,


Num canto, o mais afastado possível, ele beija-a, enrolando a sua língua furiosamente na dela, enquanto as palmas das mãos
apertam a curva dorsa,l num gesto de possessão de encontro ao corpo dele, pedindo que lhe mostre que também o quer.

Os dedos dela, encobertos dos olhares alheios pelos corpos de ambos, avançam tacteantes pelo interior da perna dele até lhe tocarem.
"Quero-te..." – sussurra, e passa a língua visivelmante pelos lábios, como se sentisse já o sabor dele entre eles.
"Também, muito..." – a voz dele, meia rouca, evidencia-lhe o desejo contido.



O carro pára abruptamente.
Ele sai e dá a volta, abrindo a porta do lado dela impetuosamente.

Não consegue se não semicerrar os olhos e esboçar um sorriso atrevido.
"Como é que adivinhaste os meus pensamentos?" - e sentada, já virada para ele, desaperta-lhe
o cinto das calças.
Segura-o entre as mãos, sabendo a carícia que ele deseja, apertando-o e deslizando as mãos pela carne palpitante
até ele a fazer parar - "És terrível miúda..."
Puxa-a por um braço, enquanto ela solta uma risada de puro desejo e encosta-a ao carro, virando-a num só gesto de costas para ele.

O som grilado da noite amena é subitamente distorcido pelo romper das colantes e do rasgar das cuequinhas dela
e ela sabe que ele lhe vai dar o que tanto deseja.
Coloca-se a jeito, e ajuda-o a ergue-lhe uma perna, para a penetrar com força, vezes sem conta,
com cada investida um gemido de prazer consentido de paixão reclamada,
até se ouvirem os gritos a ecoarem pelo silêncio daquele lugar recluso a projectarem-se de encontro à lua, cúmplice e matreira.


Por fim, ela deixa-se cair de encontro ao peito dele e os corpos seminus suados, abraçados, sentem pela primeira vez
a
brisa tardia, que refresca a pele ardente de beijos ainda sedentos, mesmo depois de terem bebido da paixão
que ambos carregavam dentro de si, desde a primeira hora.

"...o que estás a pensar? Conheço esse olhar..." - diz-lhe, ao vê-la entrar no automóvel, passar por entre os bancos da frente,
sentando-se de forma provocadora, de pernas abertas no banco de trás.

"Anda amor...anda ...faz-me vir outra vez..."


Ele também a deseja e não se faz esperar.
Põe-se de joelhos, encostado ao corpo escaldante.
Apalpa-lhe os seios tesos e brinca com os mamilos erectos enquanto a beija.
Desliza os dedos pelo seu corpo abaixo até ao ventre, até ao clitóris inchado que o aguardo faminto e louco de tesão.

Excita-a, introduze um dedo, dois, acariciando, massajando a carne da sua intimidade que se vai rendendo ao desejo,
molhando-se em ondas quentes e prazerosas, entre suspiros e frases soltas que vão saindo dos lábios dela.

Está preparado para amá-la de novo e ela ansiosa por o receber.
Não hesita e avança para mais uma viagem pelos caminhos da luxúria, agora, sem pressa, com ternura, com amor.

A manhã vem encontrá-los abraçados e o sol penetra por entre as janelas para deixar beijos nos seus rostos.

É mais um dia que recomeça naquele jogo que é a vida,
composto de gestos,
sensações,
desejos,
emoções,
tristezas,
alegrias,
sentimentos,
perdas e conquistas.


Mais uns bocadinhos que passaram...e que ficariam...para sempre.

12 comentários

Comentar Post