A casa parece vazia.
Escuto o som do vento que traz o manto branco.
Estou lá,
no vazio dentro da casa.
Sinto a sombra.
O perfume sobrevoa entre labirintos escondidos.
Olho para ela,
retrato de um tempo, quadro de memória pitoresca.
Procuro outro som.
Aguço sentidos que provocam sensações.
O encher de abraços de sonhos adiados,
exaustos, atados à imensidão duma noite.
Misteriosa linguagem, esta.
Entre mim e a imagem que me enche o ser.
Perco-me entre a casa e o chão que piso
como se aqui tivesse vivido.
Caminho, caminho sem máscara.
Recomeço onde a realidade parou em tempos, por momentos.
Preso à memória sinto de novo, vejo-me,
um sorriso no rosto.
Não me despeço.
Hei-de voltar para te encontrar.
Hoje, o destino assim quis,
encoberto do mundo, reencontrei,
um pedaço de mim...