há Noites
09.04.22
( música de acompanhamento à leitura, do último post, no rodapé )
...em que pego nas palavras e...
Lanço-as ao vento,
solto as amarras,
atiro ao ar a vontade,
mato o desejo
e escondo a saudade.
Embrulho-as às avessas,
porque no meu pensamento não as quero,
mas elas ficam,
teimam em viver
e ficar presas a mim.
Faço delas o que quero.
Tanto as calo como as grito.
Quero-as como não quero!
Pego numa ou outra ao acaso
e ergo uma linha
entre o presente e o passado.
Misturo e baralho-as.
Separo-as ao sabor.
Não quero nem saber!
Levo em frente a teimosia
e vou encontrando por aí
os rascunhos da minha ira.
Há noites,
demasiadas noites,
assim.
Como esta.
Diz-me...
Porquê...?