Tudo como Antes
21.11.20
O outono estava a chegar ao fim mas a noite trouxera uma temperatura amena que dentro
do seu escritório tornava-se húmida e abafada.
Encontrava-se, àquela hora, ainda no trabalho.
Como em tantas outras noites, tentava resolver problemas que não tinha conseguido tratar
durante o expediente.
Ultimamente, como em anos que já lá iam, optara por embrulhar-se em trabalho quando não
saía com amigos para na hora de se deitar o sono e cansaço tomarem conta dele,
impedindo certos pensamentos que sorrateiramente encontravam sempre o caminho
para a sua almofada.
Parou de repente.
Julgava ter ouvido um barulho no andar de cima, como se alguém estivesse a bater na porta
de vidro, ao de leve, mas consistentemente.
Levantou-se e deixou que a curiosidade o levasse de encontro ao ruído persistente.
Mal o seu olhar alcançou o patamar necessário, vislumbrou-a.
Estava a sorrir, um sorriso meu envergonhado, mas divertido.
Vinha aconchegada num casaco de ganga que vestira sobre um vestido de meia estação de
padrão floral, curto e simples, mas sensual, deixando transparecer o corpo escultural e pernas
perfeitamente torneadas que faziam brilhar ainda mais os efeitos das sandálias que calçava.
“Não vais abrir?”- perguntou, no meio de um gargalhada.
“Sim...claro que vou...”- respondeu, meio estupefacto, “ Que fazes aqui? Aconteceu algo?”
“Porquê...não estás feliz por me ver?”
“ Estou...claro que estou..”- estava completamente aos papeis -“ só que...não imaginava...
não...não...podia esperar...”- tentava respirar - “ Pensei que jamais virias até aqui outra vez
...e...a esta hora...como soubeste que eu estava aqui ?”
“Olha...aconteceu! Percebes?”- e, já dentro da loja, rodopiou, contorno-o e começou
a caminhar até às escadas.
“ Vinha a passar e vi o teu carro...e...quando dei por mim...olha...não consigo explicar...
já estava a estacionar à tua porta...”
Ele olhou-a fixa e demoradamente e disse -“Ok...mas...o que fazes aqui...mesmo??”
“Hoje...só hoje...pede-me para ficar. Sou uma mulher. Tu és um homem. Apeteces-me...”
Esta frase perturbou-o de tal forma que permaneceu imóvel.
“Como assim? O que queres dizer? Eu pensei que tu...e eu...nunca mais...Que queres dizer?”
“Quero que pares com isso, com essa tua mania de analisar tudo!
Quero que me olhes, que me toques, que me beijes, que me dispas, que me possuas!
Quero-te dentro de mim! Quero que me faças vir!
Esta noite quero que esqueças tudo...e...eu também quero esquecer tudo!
Uma noite!...Hoje...agora...anda!...Não me queres?”
E com isso, desapareceu pelas escadas abaixo, soltando um gargalhada marota enquanto
atirava o casaco para cima do balcão de atendimento ao público.
Movido pelo instinto, correu atrás e quando a agarrou, colou a boca dele na dela,
num profundo e demorado linguado.
Não era amor, não era paixão.
Era, para todos os efeitos, um desejo súbito e recíproco que os levava naquele momento para
onde já não havia retorno e para onde nem sequer deveriam ir.
Sentou-a sobre a mesa redonda, nunca abrindo mão daqueles cabelos longos, sedosos e cheirosos.
Estavam ofegantes com a excitação que os assaltava e as mãos dele, famintas, descontroladas,
desciam para voltar a subir pelo corpo dela, arrastando a ponta do vestido da qual ela procurava livrar-se.
Freneticamente, apertou-lhe as mamas contra a sua boca, a sua língua encaracolando-se
em torno dos mamilos erectos.
Podia sentir a mão dela agarrando-o sobre as calças.
“Controla-te!”- pensou.
No entanto, antes que pudesse dizer o que quer que fosse, viu-se empurrado,
sentando-se na cadeira ao pé da secretária.
Ela, sentada na mesa, afastou as pernas revelando a cuequinha branca.
Descalçou as sandálias de salto alto.
A provocação é clara.
Devagarinho voltou a unir as pernas e primeiro, erguendo ligeiramente da mesa o traseiro,
fez a peça intima deslizar pelas pernas abaixo até aos pés, para de seguida atirar-lhe o tecido que,
quando ele pegou nele, percebeu como estava molhado.
Atirou-se de cabeça, literalmente, a língua dele percorrendo as virilhas dela e toda uma zona
em torno do seu sexo até começar a lamber os lábios carnudos e a mordiscar no clitóris excitado.
Na tardou que a provasse, doce, molhada e quente...durante vários minutos.
Sentia os espasmos na boca.
Passado um pouco, deixou-a virar-se de quatro, em cima da mesa, para que ela prolongasse
o trabalho de língua por de trás. Sabia como ela gostava, daquele jeito.
Enquanto isso, ele próprio já tirara as calças a custo e já sentia os pés dela, volta e meia,
a tocarem na sua errecção.
“Dá-mo!...”- disse-lhe, ao descer da mesa, abocanhando-o de uma assentada só,
começando uma mamada profunda e babada como adorava fazer.
“Anda...senta-te aqui...vem para dentro de mim!...”
Fez o que lhe era pedido e ouviu-a gemer de prazer quando se sentou-se nele,
apertando a boca dele contra os seus seios voluptuosos.
Deixou-se invadir por aquela quentura, enquanto ela o montava com sofreguidão.
Tinha uma mão no pescoço dele e com a outra tocava-se, enquanto ele lhe beijava as mamas tesas.
Decidiram mudar de posição.
Então, ela pôs-se de quatro na cadeira mas com uma perna empinada para cima da secretária para ele
pudesse enterrar-se nela por trás, comecando depois a dar umas estocadas fortes que a faziam gritar de prazer.
Volta e meia sentia a mão dela a agarrar-lhe nos testículos que a iam socando ritmadamente.
Teve de parar abruptamente para não se vir. A tesão era muita, tinha de se acalmar
Ela percebeu instantaneamente e enquanto ele se recompunha, deitou-se novamente em cima da mesa,
comecando a brincar consigo mesma, à sua frente, mostrando-se…olhando...sorrindo, fazendo com que
não foi preciso muito tempo para ele recuperar.
Colocou cada uma das suas pernas sobre os seus ombros e olhou-a.
Mergulhou o pénis nos sucos quentes da vulva palpitante para de seguida o retirar, repetindo a acção que
a deixava louca de desejo, até que começou, lentamente, a acariciar-lhe o buraquinho do ânus.
“Sim amor...sim! Quero...quero-te!”
Olhou-a de novo. Como era bela! Como estava desvairada...
Ela afirmava o desejo com um olhar sem receios, confiava nele.
Enfiou toda a sua tesão nela adentro com cuidado, mas cheio de persistência fazendo-a vir-se pouco depois
numa explosão de prazer que fez escorrer sucos pelo tampo de carvalho, uma pequena cascata formando-se,
percipitando-se até ao soalho.
Naturalmente, quase de seguida, com o impulso dado pelo orgasmo dela, desencaixou-se
dando lugar ao seu próprio orgasmo com uma vontade estonteante, enquanto encostava o seu membro
ao clitoris que ela expunha, abrindo os lábios com os dedos, espalhando-o de seguida com prazer.
Por fim, levantaram-se e vestiram-se em silêncio.
Ela falou primeiro.
“ Gostei. Gostei muito. És lindo, és maravilhoso. “
“Sou mesmo?”- perguntou-lhe, baixinho.
“ Pois...mas...tudo como antes ou como dantes? ”
Sorriu-lhe.
Era um sorriso ternurento mas algo triste.
Ele não entendia.
“Nada poderá ser como dantes.
Isto foi bom.
Mas foi.
Temos...mesmo...de ficar pelos antes.."