Desejos Celestiais
29.01.20
Estava mais do que ansiosa.
Será que tinha vindo mesmo?
Ou teria sido apenas um encontro casual e picante, uma mera coincidência,
dois lugares num avião, lado a lado...
Entrou.
Não ouviu qualquer barulho para além de uma música a tocar baixinho.
Parecia que não havia ali ninguém. Reconheceu - era o Russell Watson a intrepertar Caruso.
Tinha gostado de conhecer e de ouvir no telemóvel dele, durante a viagem.
Contudo, na verdade, não o conhecia e o corredor que passava pela provável casa de banho tornara-se imenso,
silêncioso e algo assustador.
Repentinamente, sentiu o cheiro, aquele cheiro!
Ela já conhecia aquele perfume que tomava conta do seu ambiente, uma consequência de lugares próximos...
Estava por perto, algures...movia-se na sua direcção.
Ficou imóvel.
Sentiu a mãos dele nas costas, mexiam-se, de cima para baixo, fazendo com que um arrepio lhe subisse espinha acima.
Beijou-lhe a nuca demoradamente.
Traçou uma linha imaginária com a ponta da língua pescoço acima.
Mordeu-lhe o lóbulo da orelha ao de leve.
Depois pegou-lhe nas mãos e conduziu-a quarto adentro.
O cenário era avasalador...velas, incenso, a música suave...tudo parecia perfeito.
Sentou-a numa enorme e confortável poltrona aveludada, ajoelhou-se e tirou-lhe os sapatos de salto alto,
olhos fixos nos dela, os cantos a denunciarem um sorriso maroto.
Tinha apenas uns boxes pretos vestidos, que lateralmente apresentavam um risca vertical branca.
Ela sabia o que aconteceria dali em diante.
Desejava ser dominada, ansiava por ser a sua prisioneira...
Começou a beijar-lhe os tornozelos, serpentiava pelas pernas, subindo pelas coxas, erguendo o elegante vestido que ela trazia,
expondo a cuequinha preta, escolhida a preceito por ela.
Gemeu e esboçou um sorriso, sabia que ele ia perceber o quanto ela já estava excitada quando ficasse totalmente exposta.
Com os dentes, ora de um lado, ora de outro, ele fez deslizar aquela peça de roupa íntima para o chão.
Colocou-a de pé, soltou as alças pelos ombros, capultando o vestido na mesma direcção e beijou os seios macios e quentes,
percorrendo caminhos com a boca, provando a erecção dos mamilos famintos de saliva envolvente e chupões atrevidos.
Sentia o prazer.
Queria entregar-se a ele, desfazer-se nele...
Sentia como ele brincava como os biquinhos pontiagudos e quando ele passou a mão na parte interna das suas coxas.
não aguentou, contorceu-se e deixou-se cair para trás na poltrona, pedindo que ele continuasse, que não parasse.
Na cabeceira da cama, ao lado da cadeira, encontrava-se uma taça de champanhe borbulhante, estupidamente gelada.
Ele levantou o olhar, sorriu, bebeu um golo e passou a língua pelos lábios em brasa.
Bebeu mais um pouco.
O olhar dele era sereno, seguro, cativante, enaltecedor, como se, já fossem amantes noutra vida.
Ela, mostrou-lhe o que já adivinhara e queria.
Num movimento suave mas deliberado abriu as pernas e tocou-se,
levando o olhar dele a desviar-se até onde os dedos dela começavam a circundar o botãozinho carnudo,
inchado e ávido da boca dele, provocando nela uma gargalhada encoberta de quem gosta de provocar e ser provocada.
Gemeu alto ao sentir a boca dele aninhar-se no sítio, a preparar o caminho para o delírio,
saboreando toda a sua intimidade, todo o gosto dela, tudo que vasava em ondas de prazer, escorrendo
e ensopando o assente junto ao ânus dela.
Não ia demorar muito, pensou, a sua respiração estava ofegante, intensa...depois...
...depois seria a vez dele...ser dela...mas agora...
...agora queria gritar!